sábado, 5 de dezembro de 2009

Anasarca


"Ana Sarca" – sou um edema generalizado do tecido subcutâneo que pode ocorrer devido a genes autossômicos recessivos e anomalias hipofisárias.Sou uma Hidropsia Fetal de interesse obstétrico, associada a distocia de origem fetal, como minhas amigas Ascite e a Hidrocefalia.
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Minha amiga FRITSCH (2004), diz que sou descrita comumente como edema generalizado fetal com derrame de pelo menos uma cavidade corpórea ou derrame em mais de um espaço corporal.Hidropsia fetal pode ainda ser classificada como: Imune e Não-imune – deste modo, os casos associados à isoimunização para um antígeno eritrocitário podem ser classificados como hidropsia fetal isomune (HFI) ou eritroblastose fetal - os demais, como hidropsia fetal não-imune (HFNI).Alguns anos atrás, atribuíam meu surgimento a isoimunização Rh, porém meu surgimento ocorria sem causa imunológica – anasarca fetal.
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Segundo meus admiradores TONIOLLO e VICENTE (1993), em caso de feto com Anasarca pode-se realizar tração forçada sob lubrificação, fetotomia e cesariana.Há relatos de maior incidência em Bulldog mais também podem acometer outras raças como o Shar Pei, Bullmastiff, Basset, Terrier de Boston e Chihuauhuas.
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Posso variar de suave a severa, deixando os filhotes enormes, inchados, deixando-os quase sempre duas vezes maior que o filhote normal.Meu diagnóstico é feito através de avaliação ultra-sonográfica, porém sou indistinguível macroscopicamente em relação a minha classificação.
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Infelizmente, quase sempre, levo os filhotes a morte, sendo eles encaminhados para os amigos Patologistas!

Hidropsia Fetal - Anasarca

Edema, acúmulo anormal de fluido seroso em vários órgãos cavitários e tecidos do corpo.
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Segundo a medicina, a hidropsia fetal pode ocorrer devido a genes autossômicos recessivos e anomalias hipofisárias. Alguns autores dizem que ela se dá devido a resultados de uma infecção ou reação imune.
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Ela pode ocorrer somente em um só filhote da ninhada ou numa ninhada inteira. Como são geralmente animais imensos, inchados e largos, sendo duas a quatro vezes maiores que os filhotes normais, dificilmente nascem naturalmente. Eles não conseguem se pronunciar no canal vaginal, e acabam bloqueando o canal de nascimento.
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Se a fêmea que se encontra em trabalho de parto estiver empurrando um único filhote, tendo contrações por cerca de 2 horas, sem o pronunciamento do feto no canal vaginal, principalmente depois de um ou mais filhotes terem nascidos, o parto irá necessitar de assistência veterinária.
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O grau de anasarca nos filhotes pode variar de suave, médio ou severamente afetados.
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Tanto os filhotes como a mãe correm risco de vida, pois trata-se de um parto distocico, sendo uma situação de emergência.
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Existem várias opiniões a respeito do desenvolvimento da anasarca em fetos. Alguns dizem que se trata de um problema congenito ou ambiental, outros dizem que é por conta da dieta, traumas na mãe, ou até mesmo por causa viral.
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Não há evidências também de que se trata de uma doença hereditária porém acomete algumas raças mais do que outras. Dentre essas raças, o Bulldog e os das raças braquicefálicas como o Boston Terriers, Bulldog Inglês, Bulldog Francês, Shar Pei, Bullmastiff, Basset Hound, Chow Chow, Fox Terrier (pêlo duro), Pugs, entre outros.
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Também podem ocorrer em cães híbridos, e cães com pedigree como o Borzoi, Maltês, Labrador, Schnauzers, Bichon Frise, Chihuahuas, Pastor Alemão, Sheepdog, Poodle, Dogue Alemão, Pointer Alemão e em lobos de vida livre e cativeiro.
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Um raio-x simples nem sempre mostra o grande tamanho desses filhotes, porque a maior parte dele é fluido. O ultra-som é o exame mais indicado para se detectar esse tipo de filhote.
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Filhotes com hidropsia fetal geralmente nascem vivos, flácidos e fracos, tendo aspecto de um balão, inflado. A mãe suplementa o oxigênio e a nutrição necessária através da placenta e do cordão umbilical, mais logo após o nascimento os filhotes severamentes acometidos acabam morrendo asfixiados por causa da pressão do líquido.
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Nos casos mais suaves de Anasarca, os filhotes podem sobreviver aos primeiros 3 dias, havendo relatos de que se tornaram normais, e outros que acabam tendo problemas subjacentes morrendo dentro da primeira semana.
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A tentativa de tratamento para esses casos é mais indicada para filhotes que apresentam um grau suave de Anasarca.

Hidropsia Fetal


Hidropsia fetal é o acúmulo anormal de líquido nas partes moles e cavidades corporais do feto.
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Segundo Fritsch (2004), a definiçao mais aceita em relação a hidropsia é edema generalizado fetal com derrame em pelo menos uma cavidade corporal ou derrame em mais de um espaço corporal.
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Hidropsia fetal pode ainda ser classificada como: Imune e Não-imune – deste modo, os casos associados à isoimunização para um antígeno eritrocitário podem ser classificados como hidropsia fetal isomune (HFI) ou eritroblastose fetal - os demais, como hidropsia fetal não-imune (HFNI).
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Por alguns anos a etiologia da hidropsia fetal era de origem única atribuída a incompatibilidade feto-maternal, porém um estudo realizado por Ballantyne (apud Fritsch, 2004) mostrou que alguns casos os fetos apresentaram edema subcutâneo e de cavidadades seroras, sendo a maioria secundária a eritroblastose fetal, mas também observou-se hidropsias fetais resultantes de problemas secundários como defeitos cardíacos, rins policísticos e hérnia diafragmática.
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A hidropsia fetal não-imune é definida como um estado no qual o feto apresenta infiltração hídrica subcutânea, associada frequentemente a derrames serosos (pleural, peritonial ou pericárdio).
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Revisando a literatura, existe uma ampla variedade de definições da hidropsia fetal não-imune, assim como existem critérios diagnósticos necessários como: aumento da espessura cutânea fetal superior ou de forma generalizada, associada a dois sinais ou mais como aumento da espessura placentária, derrame pleural, derrame pericárdio e ascite.
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Hutchinson e colaboradores (apud Fritsch, 2004) classificam a anasarca fetoplacentária em graus conforme a importância dos sintomas:
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- estágio 0: quando há edema generalizado sem derrame seroso;
- estágio 1, 2 e 3: se há associadamente derrame em uma, duas ou três cavidades serosas respectivamente.
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O exame ultrassonográfico pode ser um método de diagnóstico, principalmente para cromossomopatias, sendo o edema da pele o achado mais comum.
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O espessamento anormal da pele geralmente é reconhecido a princípio em torno da cabeça fetal e em particular atrás do pescoço. Em outros casos o edema pode ser mais evidente no tóraz e abdome fetal.
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O feto com hidropsia fetal não-imune pode demonstrar flutuações exageradas das velocidades do sangue venoso central. Estas podem se estender além do ducto venoso e chegar a veia umbilical, podendo evidenciar-se insuficiência cardíaca congestiva.
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Segundo Bruner (apud Fritsch, 2004), os distúrbios renais tem sido associados a hidropsia, incluindo rins policísticos e malformações.
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Os mecanismos que desencadeiam a hidropsia fetal ainda não estão esclarecidos. Pode ser resultante de aumento na produção de fluido intersticial ou da dificuldade no retorno deste fluido do espaço intersticial para o intravascular. Segundo Apkon (apude Fritsch, 2004), os capilares fetais são mais permeáveis às proteínas plasmáticas, o que resulta em uma pressão oncótica contrária ao movimento de água do espaço intersticial para o intravascular, além disso, o espaço intersticial do feto é capaz de absorver uma grande quantidade de água.
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Embora as malformações anatômicas e os desequilíbrios funcionais que levam ao desenvolvimento de anasarca sejam numerosos, a causa imediata da hidropsia no feto geralmente pode ser atribuída a algumas condições como: anemia severa, disfunção hemodinâmica, hipoproteinemia e displasia linfática (Bruner apud Fritsch, 2004). Muitas vezes, a hidropsia fetal pode ser ocasionada pela combinação dessas quatro condições.
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Nos fetos com hemólise grave e anemia progressiva, ocorre uma eritropoiese extramedular importante, principalmente hepática. Algumas vezes, esta eritropoiese pode ser multivisceral. Este fenômeno resulta em um aumento do volume hepático, com formação de lesões hepatocelulares e hipóxia tissular, favorecendo a formação dos edemas periféricos por aumento da permeabilidade vascular (Fritsch, 2004). Ocorre uma obstrução venosa no sistema porta e na veia umbilical, associada com hipertensão portal. Esta últma, ocasiona o edema placentário e a formação de ascite. À medida que cai a produção de albumina hepática, desenvolve-se a hipoalbuminemia, evoluindo, consequentemente, para o edema generalizado fetal (Bruner apud Fritsch, 2004). A hipóxia miocárdia também pode levar a insuficiência cardíaca, o que contribui para evolução da hidropsia fetal.
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As malformações do desenvolvimento do tecido linfático podem ser genericamente classificadas como displasia linfática congênita. A falha dos espaços linfáticos em comunicar-se com o sistema venoso central (atresia dos vasos coletores por exemplo), pode resultar no desenvolvimento de um higroma cístico. Este aumenta de volume, a medida que a linfa se coleta nos espaços, sendo mais comumente encontrado no pescoço do feto (Bruner apud Fritsch, 2004).
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A mortalidade é alta!

Possível Tratamento - Anasarca (suave)

O tratamento precisa ser feito imediatamente após o nascimento do animal. Deve-se elevar a cabeça do filhote, para que possa facilitar a entrada de ar, numa tentativa de desobstruir as vias aéreas.
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Deve-se também estimular a eliminação da urina, dando início a eliminação de uma pequena parte de fluido.
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Alguns veterinários recentemente tem tido sucesso com a utilização de diurético como a Furosemida (Lasix®), em filhotes com Anasarca. A Furosemida inibe a reabsorção de sódio, e ajuda na eliminação do fluido. O medicamento deve ser administrado IV, imediatamente após o nascimento.
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Deve ser feito o controle térmico do filhote com Anasarca, deixando-o morno, e estimulando a micção a cada 3 minutos.
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Ataduras elásticas podem ser utilizadas para eliminar o líquido, se deixa-las muito firme.
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Um filhote com Anasarca em grau suave, podem voltar a respirar normalmente dentro de 1 a 2 horas. Já o filhote com Anasarca moderada podem demorar de 90 minutos a 4 horas para voltar a respirar normalmente.
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O filhote com grau severo de Anasarca dificilmente volta a respirar normalmente e ele acaba morrendo afogado dentro de 30 minutos. Existe relato de que filhotes com grau severo de Anasarca podem vir a romper o abdomen apenas pela manipulação.
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Sinais que devem ser observados em fêmeas prenhas:
- Beber grandes quantidades de água;
- Mamas e tecidos ao redor tenham um aspecto brilhante;
- Mamas produzindo fluido, muito cedo.

História Real - 2009


Uma Labradora, prenha, submetida a um raio-x simples para verificação da quantidade de filhotes, acabou se tornando uma potencial mãe de um feto com Anasarca. No raio-x pode-se evidenciar um feto duas vezes maior que os demais. A fêmea apresentava um brilho diferente no peito e na região mamária. Em junho de 2009, a Labradora deu a luz a 4 filhotes normais e um com Anasarca (muito grande, o que ocasionou uma grande dificuldade para a fêmea empurá-lo para fora necessitando de auxílio no parto). O filhote com Anasarca nasceu morto, com a pele muito fina, que chegou a romper com a manipulação, além de apresentar fenda palatina.
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As imagens mostram o filhote com Anasarca, já com redução do líquido por causa da absorção do mesmo pela toalha que era branca.
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Prevenção??

Será que existe algum método preventivo realmente específico para a Anasarca? Ainda há dúvidas em relação a isso. Porém, há relatos que dizem que:
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- Deve-se utilizar baixa dieta de sal;
- Reduzir risco de traumatismos em fêmeas prenhas;
- Vacinação em dia (prevenção de potenciais virais).

Exame Necroscópico

A necropsia mostra órgãos saturados em líquido e órgãos vitais sem poder exercer sua funcionalidade, fazendo com que os filhotes se afoguem.
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Segundo alguns Veterinários, não há tratamento adequado para filhotes com Anasarca congenita, pois a maioria dos filhotes morrem dentro de 36 horas.